ASTRIIS contribui para a deteção e classificação de derrames de petróleo e outros perigos oceânicos
Com uma grande variedade de recursos provenientes do oceano, há uma necessidade crescente de serviços de vigilância e monitorização da superfície da água do mar. Perigos tais como derrames de petróleo, algas tóxicas e manchas de plástico constituem uma ameaça iminente para a saúde do oceano, perturbando o seu ambiente e biodiversidade, enquanto têm impacto em indústrias da economia azul como a pesca e a aquacultura. Ter meios para detetar, classificar e monitorizar tais perigos, não só ajudará a reduzir os danos que causam, como também poderá ajudar a preveni-los e a identificar quem é responsável.
ASTRIIS está a desenvolver uma solução que consiste numa fusão de diferentes sensores e plataformas. Sob a liderança da Tekever, tal atividade está centrada em sensores para além das câmaras RGB padrão, nomeadamente SAR (synthetic aperture radar) e uma câmara híper espectral.
SAR é um tipo de sensor destinado a ser operado por via aérea e serve para obter imagens a partir de uma aeronave ou de um satélite. Esta tecnologia faz uso de ondas de rádio, algum processamento de sinais e o próprio movimento do veículo aéreo para adquirir um mapeamento detalhado da superfície terrestre em relevo. O método é rápido e pode cobrir grandes áreas rapidamente.
Num contexto marinho, a textura da superfície da água do mar pode revelar a presença de contaminantes. Por exemplo, uma vez que o petróleo tem uma viscosidade superior à da água, num cenário de derrame de petróleo, o vento não criará ondulações no petróleo. Desta forma, em SAR, um derrame aparecerá como uma área mais lisa numa superfície oceânica de outro modo mais áspera.
Outros perigos, tais como a proliferação de algas nocivas (HAB), plásticos ou mesmo fezes de animais, podem também causar anomalias na superfície do oceano. Desta forma, utilizando apenas SAR não seria possível distingui-los. Para fazer esta distinção, ASTRIIS propõe a utilização de um método auxiliar: a imagem híper espectral.
As câmaras RGB padrão, como as câmaras de fotografia digital, adquirem três valores de dados por pixel: vermelho, verde e azul. No entanto, o verdadeiro espectro de luz é contínuo, com cores no meio do espetro e como uma combinação daquelas. Uma câmara multiespectral ou híper espectral subdivide o espectro da luz e adquire de dezenas a centenas de valores por pixel. Desta forma, existe o potencial de distinguir entre materiais, mesmo que estes apareçam como a mesma cor ao olho humano. Este processo produz, no entanto, grandes quantidades de dados, o que é mais difícil de transmitir e processar se forem cobertas áreas maiores.
Desta forma, ASTRIIS propõe uma combinação de técnicas, em que uma área maior é digitalizada usando SAR, e uma vez detetados os perigos, usando imagens híper espectrais apenas sobre a área de interesse, o evento é classificado. Os sensores devem ser montados num sistema AR5; um veículo aéreo não tripulado desenvolvido pela Tekever com uma autonomia de 12 horas.
Fique atento ao website e LinkedIn do ASTRIIS para mais desenvolvimentos sobre esta e outras atividades em curso no projeto.